segunda-feira, 3 de novembro de 2008

NOVAS TECNOLOGIAS 2

O seguinte comentário foi deixado no tópico "Novas Tecnologias", e passo a transcrevê-lo para aqui:

"Gostava de deixa perguntas.
Quantos arbitros ha que perguntam se os jogos que vão apitar vão ser filmados?
E se perguntam quantos arbitros há que pedem o DVD do jogo para a sua analise?
Quantos arbitros ha que filmem o seu desempenho para analise evolutiva do mesmo?
Eu nunca tive essa experiencia, secalhar a utilização das novas tecnologias começa por ai. Tive varios treinadores que diziam: -Epá vou começar a gravar os jogos e os treinos para aperceberes dos erros que estas a cometer, parece que nem acreditas no que eu digo.lol
Os arbitros nas reunioes analizam o que? Observaçoes no papel?? Que utensilios tem para melhorarem o desempenho semanal?
Acho que fico por aqui com as perguntas, desculpe Sr. Arbitro"


Não posso, por motivos óbvios, responder quantos árbitros fazem isto ou aquilo. Posso falar da minha opinião pessoal e da forma como trabalho.
No outro post, quis apenas falar da utilização das tecnologias no desenrolar do jogo em si e na influência que poderão ter nas decisões da arbitragem. Mas é óbvio que as tecnologias têm outras aplicações.
Concordo que o vídeo do jogo é uma ferramenta de trabalho essencial no desenvolvimento do árbitro, da mesma forma que é também no do atleta. Através do vídeo podem ser detectados erros e imprecisões nas decisões e na técnica de arbitragem que de outra forma passariam em branco.
Pessoalmente, tenho reunidos vários vídeos de jogos meus e não só, televisionados ou apenas filmados com uma câmara, e todos eles foram alvo de análise. Os televisionados são melhores porque conseguimos ter repetições de vários ângulos.

As reuniões podem ser de vários tipos e ter várias finalidades. Há o trabalho de papel, com estudo de regras, comportamentos e análise de situações teóricas, e há o trabalho de vídeo, que alguns poderão fazer e outros talvez não. Eu faço, e garanto que é um excelente meio para limar arestas. Por vezes dizemos "Aqui tive uma excelente decisão" e outras "Como foi possível não ver isto?", mas em qualquer das situações o objectivo de evoluir é perfeitamente possível.

Sempre que possível, é também recomendável os árbitros (individualmente ou como dupla) fazerem uma auto-crítica à sua actuação. No caso dos árbitros jovens, penso que devem escutar sempre os árbitros mais experientes, que não deverão negar nunca o apoio aos mais novos.

3 comentários:

micropoint disse...

Sempre que tenho oportunidade (principalmente nos jogos em casa) filmo os jogos da minha equipa. É incrível o conjunto de situações que não nos apercebemos no decorrer do jogo e que deveriam ter sido corrigidas. Como diz o Capela e muito bem, também já me aconteceu ver os videos dos jogos e dizer "como é possível não ter visto isto". É benéfico filmar os jogos e visioná-los com calma e várias vezes. Como técnico vou continuar a fazê-lo uma vez que nos jogos estamos preocupados com determinadas situações e não conseguimos ver tudo.

Já por várias vezes houve árbitros que no final do jogo perguntaram se era possível ceder a filmagem para eles também fazerem o trabalho de casa. Obviamente que cedi o vídeo e continuarei a fazê-lo

Anónimo disse...

Fico contente e aliviado por saber que existe quem faça trabalhos de casa, mas eu enquanto treinador ja gravo a 3 anos os jogos e sempre que questionei as duplas de arbitragens sobre as decisoes tomadas e existe sempre aquela situaçao do olhe que foi assim e não foi nada, eu digo entao depois tiro a teima porque gravei o jogo (porque tenho que dar beneficio da duvida a quem ajuizou) e nunca tive uma dupla que disse-se para entao depois enviar o DVD. E confesso que nem sempre tive razão. lol

Carlos Capela disse...

Como sei que há árbitros que lêem este blogue, o meu conselho é que vejam o máximo de jogos que puderem, de preferência vossos... Não vejam o "jogo" em si, mas observem o vosso trabalho, movimentações, decisões, tudo...

Para os treinadores e atletas, o conselho é o mesmo, com as devidas diferenças...

E aí é que vemos que nunca nenhum dos intervenientes tem sempre razão! Lol