segunda-feira, 21 de julho de 2014

VALORES MORAIS EM CAMADAS JOVENS

Vou aproveitar esta fase de férias do andebol de pavilhão para deixar a minha opinião acerca dos valores muitas vezes incutidos nos jovens atletas.

Pessoalmente, acho que há idades em que a vitória é o menos importante. Aceito que haja quem pense que vencer um jogo de minis ou infantis é mais importante do que colocar todos os jogadores que tem no banco a jogar, mas não concordo. Mas o que me leva a escrever este post nem sequer é o desejo de vitória. Preocupa-me muito mais a noção de respeito (ou falta dele...) que muitos atletas demonstram, algumas vezes com a proteção dos seus responsáveis.

Não há nada mais importante a incutir num jovem atleta do que o respeito pelo adversário, pelo árbitro, pelo público e até pelo próprio colega. Como exemplo, aconteceu-me há algum tempo, num jogo decisivo de camadas jovens, ir tentar levantar do chão um atleta que saiu derrotado e vê-lo recusar a minha mão estendida, virando costas, em frente ao seu treinador, que nada fez a não ser ir confortar os seus atletas, que nem sequer estavam a cumprimentar os elementos da outra equipa.
Pode ser de mim, mas dada a tenra idade do jogador, a única atitude correta que o treinador deveria ter tomado seria dar uma reprimenda ao miúdo e fazê-lo vir cumprimentar-me. Por acaso o jogo até tinha corrido bem para a arbitragem, pois não foi demasiado complicado de dirigir. Mas mesmo que tivesse sido um jogo marcado por alguma decisão polémica, nada justifica a ausência de respeito pelos outros intervenientes, especialmente por alguém tão jovem. 
Este caso é preocupante por não ter sido imediatamente resolvido pelo responsável da equipa. A cobertura dada à atitude do atleta, através da ausência de medida corretiva, é um péssimo princípio para o próprio atleta.

E agora põe-se obrigatoriamente a questão: os árbitros respeitam sempre os outros intervenientes no jogo? Não, com certeza que não. Eu próprio já tive momentos infelizes, principalmente quando era mais jovem e inexperiente. A pressão resulta nisso mesmo, algumas vezes. O que tive sempre foi consciência e/ou alguém que me corrigiu e não me deixou enveredar por um caminho errado.
Aos árbitros que ajudo e ajudarei a formar no futuro, procuro, algumas vezes sem sucesso, incutir o espírito de que somos só mais um em campo, e que todos queremos o mesmo: um bom espetáculo e um bom jogo de andebol. Não somos mais do que ninguém e ninguém é mais do que nós. Devemos respeitar para ser respeitados. Nem sempre acontece, de parte a parte, mas cabe a cada um de nós fazer o que nos compete, para um convívio mais são dentro de um recinto desportivo, e também fora dele.

Todos temos uma palavra a dizer sobre isto, especialmente com os mais jovens.

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